sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

GOL e Infraero podem pagar R$ 300 mil por caso de cadeirante

Cadeirante se arrasta por escada para conseguir embarcar em avião da GOL
GOL e a Infraero podem pagar até 300 mil reais por conta do embarque inadequado da cadeirante Katya Hemelrijk da Silva, na madrugada segunda-feira (1), no aeroporto de Foz do Iguaçu (PR).
Anac (Agência de Aviação Civil) informou em seu site que notificou ambas as empresas para que elas prestem informações sobre ocorrido. Segundo o órgão, as irregularidades na conduta da companhia e/ou do operador podem resultar na multa.
Por falta de equipamentos que permitem o acesso de pessoas com deficiência disponíveis no momento do embarque, a executiva precisou se arrastar por uma escada para conseguir entrar em um avião da GOL.
O voo, de número 1076, partia de Foz do Iguaçu para Curitiba (PR). Katya tem osteogênese imperfeita, doença conhecida como síndrome dos "ossos de cristal", e por isso, não aceitou ser carregada pela tripulação, conforme contou em sua página no Facebook.
Ela também se recusou a esperar quatro horas para decolar, tempo necessário para que o aparelho que a ajudaria a entrar na aeronave estivesse pronto para uso, por ter compromissos.
Na rede social, Katya afirmou ainda que não pretende processar a GOL e que a companhia foi "extremamente atenciosa" com ela durante e após o incidente.

Procuradas por EXAME.com, tanto a GOL quanto a Infraero disseram que ainda não receberam a notificação da Anac. 

Responsabilidade
Na terça feira (2), a GOL informou em nota que o stair trac (elevador portátil para cadeira de rodas capaz de “escalar” degraus) da base de Foz do Iguaçu não estava disponível para uso na manhã do dia 1º de dezembro e "por isso não pôde ser utilizado".
A empresa disse ainda que tentou sem sucesso conseguir o aparelho com outras companhias aéreas e que "ofereceu outras alternativas para a cliente, que optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores".
A GOL afirmou ainda que lamenta o ocorrido e que "tomará todas as medidas necessárias para evitar que casos como esse voltem a acontecer".
Ainda na terça-feira, a Infraero (que administra o aeroporto de Foz do Iguaçu) comunicou em nota que, conforme resolução da Anac, atualmente os procedimentos de embarque e desembarque são de responsabilidade das empresas áreas.
Porém, o mesmo documento estabelece que, a partir do ano que vem, a administração dos aeroportos é que deverá oferecer o equipamento que permite o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida aos aviões.
A estatal disse que, por conta da mudança em 2015, já adquiriu 15 ambulifts (espécie de carro com elevador que transporta cadeiras de rodas), num investimento de 9,68 milhões de reais. O aeroporto de Foz do Iguaçu, entretanto, ainda não possui nenhum deles.
Fonte: Exame

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