quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Depois de espalhar faixas, advogada recebe centenas de mensagens e sai do anonimato


Ela estava escondida por um apelido e agora se revela, depois de ganhar fama repentina. Pela primeira vez, DeleGata, advogada mineira de 30 anos que espalhou faixas para encontrar Bonito, rapaz que ela conheceu num bate-papo virtual, mostra o rosto. Flávia DeleGata, morena de olhos verdes, é gata mesmo. A má notícia é que, apesar da repercussão, Bonito não apareceu ou não conseguiu falar com ela. Realmente, não tem sido fácil.

Um dia depois de pôr faixas no Bairro Santo Antônio, Centro-Sul de Belo Horizonte, em busca do amado, Flávia, que prefere não divulgar o sobrenome, recebeu 401 mensagens e mais de 100 ligações do Brasil inteiro. Foi também convidada para participar de programas de televisão em Minas e São Paulo, além de dar entrevistas para jornais, sites e revistas. “Meu coração está me dizendo que o Bonito me ligou, mas com tantas ligações, não consegui atender. Não quero que ele desista. Sei que, quando a poeira baixar, ele vai entrar em contato de novo”, diz Flávia, que passou uma tarde no salão de beleza com a reportagem do Estado de Minas.

A ex-policial militar, que deixou a corporação para se dedicar a concursos, não conseguiu avaliar ainda tudo o que tem acontecido depois de começar, na terça-feira, a busca pelo advogado de 34 anos, morador do Santo Antônio, que conheceu em setembro num chat. O celular dela não para de chamar. Só no caminho do salão, em que se prepararia para uma sessão de fotos para uma revista, pretendentes de Minas, São Paulo, Acre, Brasília e Rio de Janeiro, entre outros, entraram em contato.





Ligam homens, mulheres, interessados, curiosos. Entre uma pincelada e outra, o maquiador Robson Marcelo incentiva a cliente: “Vai que o Bonito não aparece, mas você conhece o lindo!” Paciente e educada, Flávia explica a todos: “Não estou procurando um namorado. Estou procurando uma pessoa específica”. As 401 mensagens já lotaram a memória do telefone, com incentivos e críticas à atitude da advogada. A primeira delas foi, na terça-feira, às 5h52, enviada pela pessoa contratada pela DeleGata para pôr as faixas. “Terminei o serviço. Boa sorte”, escreveu o instalador.

ATITUDE DE HOMEM

Os comentários positivos e negativos não tiram o foco de Flávia, persistente em encontrar Bonito. Por mais improvável que possa parecer, a advogada não viu nem por foto o rapaz, a quem negou o número do telefone. Somente depois de deixar o chat é que ela percebeu que havia se apaixonado. “Ele teve atitude de homem, de uma pessoa que sabe o que quer, muito firme”, diz a advogada. Foram duas horas de conversa que deram a DeleGata a certeza de que ele tinha algo diferente.

E olha que, em questão de internet, Flávia tem experiência. Conheceu dois dos quatro namorados que já teve em chats. Desta vez, ela garante que não estava à procura de um, mas apenas interessada em se divertir um pouco, nos intervalos dos estudos. O desafio agora é identificar Bonito, missão quase militar que Flávia pretende desempenhar com êxito. “Na conversa, ele disse que iria me levar a um certo local para jantar e então eu saberia quem é. Mas não é para o motel não, viu?”, conta a moça, que espera honestidade e sinceridade de um companheiro.

“Admiro sua coragem. Vá à luta, vá em frente e busque sua felicidade”

“Acorda, Cinderela. Provavelmente, esse bonito é casado e feio”

“Não sou o Bonito, mas serve um cavalheiro gentil e romântico de 33 anos?”

Mensagens por celular recebidas por Flávia DeleGata

Fonte: Nação Jurídica

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