Blogs podem ser uma ferramenta altamente eficaz de marketing para escritórios de advocacia — tudo dentro dos mais estritos regimes de ética profissional. Provavelmente, podem ser mais eficientes do que websites como estratégia para conquistar novos clientes. E há uma razão para isso. As pessoas preferem negociar com quem elas conhecem. Essa é a força do blog.
Leitores leem blogs por uma razão: elas estão interessadas no "assunto" do texto. Elas se sentem agradecidas pelas informações compartilhadas, e pela forma simples, interpessoal, interativa com que foram transmitidas. Isso é um blog. Uma comunicação simples (sem tecnicismos), interpessoal (de mim, para você) e interativa (Tem alguma dúvida? Diga o que acha).
Por isso, o blog cria um relacionamento pessoal que, em determinado momento, se traduz em relacionamento de confiança entre o autor e cada um de seus leitores. Em determinado momento, o leitor sente que conhece o autor — ou, pelo menos, a sua essência: o que está dentro da cabeça do autor. O leitor começa a conhecer muitas coisas sobre o autor, até mesmo onde ele coloca suas vírgulas. Cria-se uma empatia.
Portanto, o autor de um blog não pode ser uma "personalidade jurídica". Não existe relacionamento pessoal entre uma banca e um cliente. Especialmente um possível cliente.
Isso seria suficiente para afirmar que o autor de um blog deve ser um advogado, não a banca. Mas o consultor para escritórios de advocacia Kevin O’Keefe, especialista em desenvolvimento de relacionamentos, insiste que há pelo menos mais sete razões para que a autoria de blogs jurídicos seja de advogados. Conheça suas ideias:
1) Influências pessoais estão ficando cada vez mais importantes no Google ou em qualquer mecanismo de busca ou rede social. No caso de profissionais, tais como advogados, a influência pessoal é baseada no indivíduo, não na banca;
2) O Google+ é baseado em influência individual, mais do que na da banca, especialmente quando se trata de especialistas, tais como advogados. Isso não significa alimentar o Google+ com suas postagens no blog, mas fazer com que suas postagens apareçam em primeiro lugar nos resultados das buscas. Se a foto do advogado aparecer junto com a postagem no mecanismo de busca, ainda melhor. Uma foto acompanhando um texto, dizem os estudos, significa maior possibilidade de as pessoas cliclarem no link. Coloque uma foto no blog. As pessoas preferem negociar com quem elas "conhecem";
3) Mais e mais, postagens em blogs aparecem e são lidas em aplicativos diversos. A influência pessoal afeta "se" e "como" as postagens aparecem nesses aplicativos. Além disso, não pega bem uma postagem de um blog assinado por uma banca, quando todas as demais postagens (ou artigos) vêm com nome de gente. Por isso, hoje, a grande maioria dos blogs vindos de escritórios de advocacia são listados em nome de autores individuais. Que se coloque um link para o website da banca em algum lugar do texto;
4) Aparecer na lista de "Notícias" do Google, embora não seja fácil, deve ser um objetivo do blog da banca, assinado por um ou por dois ou três advogados. As "Notícias" do Google estão colocando grande ênfase na expertise individual. Por isso, será bem difícil, talvez impossível, colocar o blog nas "Notícias" do Google quando não há um autor individual. As "Notícias" do Google também evitam material que possa ser considerado uma obra de marketing. Preterir um autor em favor de um nome corporativo é uma indicação de material corporativo. Isso pode ser feito em press releases, no entanto;
5) É bom limitar o número de autores, de acordo com as circunstâncias. Por exemplo, se um blog tem quatro parágrafos e tem três ou quatro advogados como autores, as pessoas irão se perguntar se a banca sempre precisa colocar tantos advogados para fazer um pequeno trabalho;
6) Postagens em nome de bancas dificilmente são compartilhadas em redes sociais. As pessoas querem saber de quem é o blog que compartilham. E com quem estão se relacionando. As redes sociais são palcos para relacionamentos. Não é possível ter um relacionamento pessoal com uma entidade jurídica; e
7) Dê uma olhada nas grandes publicações. Uma pessoa assina um blog ou uma coluna. Com umblog publicado regularmente na internet, a banca tem de adquirir alguns hábitos e costumes jornalísticos. Além das notícias que não são assinadas, a única coisa que é publicada em nome do jornal é o Editorial.
João Ozorio de Melo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.
Fonte: Conjur
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