Secret chegou oficialmente ao Brasil em maio e está disponível em várias línguas
Na semana passada, Bruno Machado, 25, recebeu um alerta dos amigos: uma foto íntima dele estava circulando no aplicativo Secret. "Nunca havia usado o programa e me enviaram um print [captura] da imagem. A foto informava meu nome completo e o local onde trabalho, certamente para que eu pudesse ser identificado", afirmou em entrevista por telefone o consultor de marketing e ativista político.
O alerta veio na madrugada de terça (5) para quarta-feira (6). Na sequência, Machado conta que fez um post no Facebook avisando que tomaria as medidas cabíveis. Pouco depois, relata, apareceram novas mensagens no Secret: algumas ironizando seu texto, outras difamando e caluniando seus amigos. "Postaram diversas coisas que me ofenderam e me deixaram abismado."
O aplicativo promete anonimato, mas exige um número de telefone para o usuário se cadastrar. Com essa informação, endereço de e-mail e perfil no Facebook, ele encontra os amigos do usuário, que passam a receber atualizações anônimas. Assim, você é informado sobre postagens de conhecidos, mesmo sem saber quem é o autor do conteúdo. Esse mecanismo facilitou a disseminação da foto de Machado entre pessoas que o conhecem.
"Em um primeiro momento, fiquei constrangido. Então eu quis saber como isso aconteceu: a foto estava armazenada no meu celular e computador, mas nunca compartilhei com ninguém", contou. "Depois, pensei que esta história pode criar um debate na sociedade sobre o uso da internet. Hoje ele é feito de forma inconsequente, mas todo tipo de atitude tem consequências", afirmou.
O consultor procurou uma advogada, que busca a remoção do programa das lojas de aplicativo no Brasil. Futuramente, Machado afirma que vai querer a identificação do responsável para então processá-lo e pedir uma indenização. Os amigos que foram alvos da mensagem cogitaram entrar com uma ação coletiva, mas o consultor diz que eles desistiram para não se expor.
"Algumas pessoas chegaram a dizer que estou me expondo demais, me aconselharam a deixar isso tudo para lá. Mas, se não dermos a cara para bater, esse tipo de crime pode ficar recorrente. Os responsáveis acharão que podem fazer o que quiserem, pois não vai acontecer nada. Não quero isso", contou. Ainda segundo ele, a divulgação da foto não teve consequências práticas (como demissão), mas a história poderia ter sido diferente.
Fonte: Portal UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário