quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Telexfree: vice-presidente do Senado diz que clientes 'entraram em roubada'


O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), pela primeira vez se manifestou sobre o imbróglio envolvendo as empresas do chamado marketing multinível, investigadas por formação de pirâmide financeira --como Telexfree e BBom.
Viana usou a sua fan page no Facebook, nesta quarta-feira (23), para dizer que os divulgadores dessas empresas "entraram em uma verdadeira roubada".
 

Ele citou o caso das empresas Bbom e Telexfree (Ympactus Comercial Ltda), e se disse preocupado com o "verdadeiro drama de milhares de pessoas do Acre e de outros Estados". 
"Não são donos de empresas, não são investidores e, além de não ganharem dinheiro, perderam o pouco que tinham", escreveu.
A Telexfree, que vende planos de minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet (VoIP na sigla em inglês), foi proibida de operar no final de junho por acusação de praticar pirâmide financeira. A operação do negócio está bloqueada, por tempo indeterminado, a pedido do MP-AC (Ministério Público do Acre).
A Bbom fornece rastreadores de veículos e também está com as atividades bloqueadas.
Viana citou a decisão da juíza Thaís Khalil, responsável pelo processo da Telexfree, de liberar parte do dinheiro bloqueado da empresa para sanar dívidas relativas à construção de um hotel no Rio de Janeiro. A decisão ocorreu na semana passada.
Viana ainda comentou que a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) deve ajudar a separar "o joio do trigo".
Uma reunião em Rio Branco (AC) na próxima segunda-feira (28) com representantes do Comitê Telexfree, criado por parlamentares do Estado, irá tratar sobre a possibilidade de apelação à Justiça para que seja liberado o dinheiro dos investidores que entraram na empresa meses antes da intervenção judicial.
Segundo o MP, cerca de 1 milhão de pessoas fazem parte da Telexfree em todo o Brasil.

Telexfree e Bbom são investigadas por formação de pirâmide

A Telexfree (Ympactus Comercial Ltda.) foi proibida de realizar novos cadastros de clientes (chamados de "divulgadores"), bem como está impedida de efetuar pagamentos aos clientes já cadastrados, até o julgamento final do caso, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
A ação contra a Telexfree faz parte de uma força-tarefa conduzida pelos Ministérios Públicos federal e estaduais e que investiga indícios de pirâmides financeiras pelo país. Outro caso sendo investigado no momento é o da empresa BBom, que fornece rastreadores de veículos.
A prática de pirâmide financeira é proibida no Brasil e configura crime contra a economia popular (Lei 1.521/51). Com promessas de retorno expressivo em pouco tempo, os esquemas de pirâmide financeira são considerados ilegais porque só são vantajosos enquanto atraem novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.

Empresa nega irregularidades em sua operação

Em nota divulgada anteriormente sobre a acusação de formação de pirâmide, a empresa nega qualquer irregularidade em suas operações.
"De forma violenta, e sem ter tido a oportunidade de se defender previamente, a empresa líder em marketing multinível se viu judicialmente impedida não só de efetuar os pagamentos de comissões para seus divulgadores, bem como de continuar operando", diz a nota.
Segundo a Telexfree, um laudo comprova a sua capacidade financeira: "A empresa é economicamente viável, tendo juntado em sua defesa um parecer de viabilidade econômica firmado por três renomados especialistas, mestres, doutores e professores de uma das mais prestigiadas faculdades de economia do país".
A empresa também critica na nota a telefonia brasileira: "O sólido modelo de negócios da Telexfree tem um brilhante futuro econômico, considerando as péssimas condições da telefonia e os extorsivos preços dos serviços de telecomunicações no Brasil".
Fonte: UOL

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