quarta-feira, 23 de outubro de 2013

EUA gastam US$ 7 bilhões anuais com assistência pública para funcionários de fast-food

Falar de salários, aquela medida fundamental de quanto vale o esforço de alguém, e que é calculado por outra pessoa, é sempre complicado. Falar de salário mínimo é mais difícil ainda, especialmente porque os trabalhos que oferecem baixos pagamentos estão mais disponíveis do que outras posições de emprego.

Quando funcionários das redes de fast-food dos EUA realizaram protestos, nos últimos meses,  exigindo o aumento do salário mínimo de US$7,25 dólares para US$15 dólares a hora, até os simpatizantes da causa não estavam otimistas em relação às chances de conseguir a mudança. Isto porque parece haver um um "exército" de pessoas pronto para trabalhar por esses baixos salários. E o aumento do valor mínimo poderia resultar em acréscimo nos preços dos produtos vendidos pelas lanchonetes, e poucos estão dispostos a pagar por este aumento. Segundo estudo publicado na Bloomberg Businessweek, se os salários pagos a funcionários das redes de fast-food dobrassem de valor e as empresas não reduzissem outros custos, o preço de um Big Mac poderia chegar a aumentar US$1 dólar, para compensar os gastos.

Duas pesquisas publicadas esta semana trazem outros cálculos, focados em mostrar o custo de uma enorme força de trabalho ganhando pouco para os norte-americanos que pagam seus impostos. A média é de US$7 bilhões de dólares por ano. Este é o valor anual correspondente à assistência pública recebida pelas famílias dos trabalhadores de lanchonestes fast-food no período entre 2007 e 2011, de acordo com um relatório feito pela economista Sylvia Allegreto juntamente com outros estudiosos. 

O estudo aponta para a baixa remuneração oferecida por esses restaurantes, citando um salário médio de US$8,69 dólares a hora, e um histórico de oferta de empregos de meio turno. Isto até seria aceitável se as pessoas que estivessem atrás dos balcões fossem adolescentes que vivem com os pais e estão trabalhando para ter um dinheiro próprio. Mas não é o caso. Hoje em dia, 68% da força de trabalho do setor de fast-food norte-americano são adultos, solteiros ou casados, que não estão em universidades; e 26% deles têm filhos.

De forma geral, 52% das famílias de trabalhadores desse setor estão inscritas em um ou mais programas de assistência pública, comparados a 25% da força de trabalho dos EUA como um todo. Dois programas de saúde, Medicaid e o Programa de Seguro de Saúde para Crianças, são responsáveis pelos gastos de US$4 bilhões de dólares dos US$7 bilhões totais. O restante do valor corresponde a programas para famílias carentes, assistência alimentar e créditos para pagamento de impostos. "Benefícios públicos são a regra e não a exceção, no caso desses trabalhadores", afirmam os autores do estudo.

Uma segunda pesquisa, baseada nos dados colhidos pela primeira, aponta nomes. Funcionários do McDonald's, a maior rede desse tipo, seriam os maiores beneficiados pela assistência governamental: US$1,2 bilhões de dólares anuais dentre o valor total de US$7 bilhões, convertidos em benefícios públicos, foram recebidos por estes trabalhadores no período de 2007 a 2011. "McDonald's e nossas franquias fornecem empregos em todos os estados a centenas de milhares de pessoas em todo o país", afirmou um porta-voz da empresa à Bloomberg Businessweek. "Como em quase toda pequena e média empresa, os salários são baseados nas leis locais e são competitivos com relação a funções de trabalho semelhantes no mercado", completa.

Com informações da Bloomberg Businessweek
Fonte: Administradores

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