* Com Gabriel Vaquer
Nesta semana, um dos nomes mais falados na internet e na política foi o de Rachel Sheherazade.
Tudo porque a apresentadora do jornal "SBT Brasil" emitiu uma opinião na última terça-feira (04) sobre um jovem de 15 anos, acusado de roubo, que foi agredido e acorrentado por populares no Rio de Janeiro.
Para a âncora, em um país onde há grandes índices de violência, as atitudes dos chamados vingadores são consideradas compreensíveis.
A jornalista ainda classificou o fato como uma "legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado" e incentivou que os defensores dos direitos humanos fizessem um "favor" ao Brasil e adotassem um bandido.
Veja o vídeo:
A crítica de Sheherazade alcançou enorme repercussão e gerou reclamações de muita gente, inclusive de partidos e sindicatos. O PSOL protocolou uma representação na Justiça por crime de incitamento à violência.
Já o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética também se manifestaram contrários ao posicionamento da âncora. Tais órgãos alertaram para a grave violação de direitos humanos através do pronunciamento da jornalista.
Em entrevista exclusiva ao Portal NT, Rachel falou sobre sua opinião emitida no "SBT Brasil" e não poupou críticas aos que falaram mal dela.
Confira na íntegra:
Você tem algum receio de que as suas opiniões polêmicas coloquem em cheque sua credibilidade?
Rachel Sheherazade - Opiniões não afetam a credibilidade. Quando você exibe sua opinião, você toma posicionamentos, mostra quem é, como pensa. Se opiniões depusessem contra nossa reputação só os idiotas teriam crédito.
O que tem a dizer sobre a representação do PSOL contra você e do comunicado do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro repudiando sua critica?
RS - O PSOL é um partido que vem ganhando as manchetes dos jornais por seus escândalos de desvio de dinheiro público e fraudes. É uma legenda insignificante, inexpressiva, que agora, às vésperas da eleição, quer ganhar as manchetes, se fazer presente de alguma forma. Procurava uma vítima para chamar de sua e uma algoz a quem pudesse acusar, desviando, assim, a atenção dos eleitores de seus escândalos políticos recentes. Assim como o PT, o PSOL também defende o controle da mídia, que nada mais é do que a volta da CENSURA aos meios de comunicação. O partido acusa-me de incitação à violência quando simplesmente faço uso de um direito constitucionalmente garantido - a liberdade de expressão. Portanto, é um partido anti-democrático, que não tolera a imprensa livre. Seu presidente usou o plenário da Câmara para me fazer acusações levianas, na esperança de ganhar dividendos eleitorais.
Já o sindicato dos jornalistas do RJ, em vez de defender seus profissionais e a liberdade de imprensa, está jogando o jogo dos maus políticos, promovendo a volta da mordaça. O sindicato acaba maculando sua própria credibilidade, como entidade representativa dos direitos dos jornalistas. Só tenho a lamentar...
Agora eu me pergunto: que tipo de apoio o PSOL, o PT, o Sindicato dos Jornalistas do RJ e as ONGs de Direitos Humanos fizeram até agora pelo infrator preso ao poste? Alguma dessas entidades lhe socorreu? Estendeu-lhe a mão? Ou ele só foi usado como discurso panfletário e nada mais?
O pessoal mais de direita te defende. Até dizem que você é reacionária. Concorda?
RS - Sou, de fato, uma pessoa com valores conservadores, muito mais à direita que à esquerda. Quero conservar o Estado democrático de Direito, a família, a propriedade privada, o voto livre, o parlamento forte, a Justiça independente, a liberdade religiosa, as garantias constitucionais, a paz social, a manutenção da ordem, o direito à vida... Se tenho atitudes reativas é porque reajo contra a corrupção, a violência, a impunidade, a falência do ensino, o desrespeito às nossas instituições e tudo o que põe em risco nossas maiores e mais importantes conquistas sociais.
Você acha que, em algum momento de suas opiniões nestes anos de "SBT Brasil", você tenha quebrado a ética jornalística?
RS - De forma alguma! Defendo, antes de tudo, a democracia, a legalidade, o bem comum, a ordem, e principalmente, os direitos dos cidadãos de bem esquecidos pelo Estado.
No "SBT Brasil" desta quinta-feira (06), você deu explicações sobre sua opinião de terça (04). Foi obrigada pela direção de jornalismo a fazer isso? Como se sentiu diante de tantas críticas?
RS - A ideia de voltar ao assunto foi do nosso diretor de Jornalismo [Marcelo Parada] e acatei na hora. Fazemos um jornal muito transparente e somos muito próximos ao nosso público telespectador. Tamanha repercussão sobre aquele assunto não poderia passar em branco no SBT BRASIL.
Quanto as críticas, eles serão sempre bem vindas. É para isso que analisamos os fatos, nos posicionamos diante da notícia. O objetivo não é empurrar goela abaixo nossa opinião, mas fomentar debates na sociedade. Permitir ao telespectador um olhar mais apurado e aprofundado sobre a realidade do país.
Fonte: Portal NT
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