O juiz Flávio Roberto de Souza, responsável pelo processo contra Eike Batista na Justiça Federal do Rio de Janeiro, condenou neste domingo em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, a ostentação da família do empresário e se disse isento e imparcial para julgar o caso. O advogado de Eike, Sérgio Bermudes, por sua vez, adiantou que pretende enviar uma representação ao Conselho Nacional de Justiça pedindo o afastamento de Souza da magistratura.
A defesa de Eike aguarda a decisão sobre pedido de afastamento do juiz ao Tribunal Regional Federal (TRF), feito em dezembro. Bermudes lembra que já há dois votos a favor do afastamento do magistrado.
"Por que que ele não vendeu a Lamborghini e pagou dívidas? Os filhos dele continuam viajando para o exterior, hospedando-se em hotéis cujas diárias chegam a R$ 5 mil e entretanto não pagam por exemplo dívidas dos carros dele, não pagam as multas de trânsito, não pagam o IPVA dos veículos. Então eles continuam numa ostentação que é totalmente incompatível a quem tem dividas bilionárias", avaliou juiz durante a entrevista ao "Fantástico".
Nesta quinta-feira, vão a leilão cinco veículos de Eike Batista, parte dos bens apreendidos pela Polícia Federal em operações neste mês. Na lista, o Lamborghini Aventador 2011, carro que decorava a sala de estar da casa do empresário no Jardim Botânico e que tem lance inicial de R$ 1,62 milhão. A defesa também pediu a suspensão do leilão.
- Esse homem não tem mais condições nem de julgar o Eike nem de ser magistrado. Um juiz que se pronuncia sobre qualquer das partes tem que ser afastado. Ele é um torturador moral. Se hoje faz isso com o Eike, amanhã pode fazer com qualquer pessoa que caia em suas garras - disse Bermudes.
Na entrevista ao "Fantástico", juiz Flávio Roberto de Souza afirmou que se considera "absolutamente isento e imparcial" para julgar o caso, por não ter "nenhum interesse em condená-lo ou em absolvê-lo":
"Eu tenho interesse em conduzir o processo da forma mais legitima possível", disse.
Eike é réu em ações penais no Rio acusado pelos crimes de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada.
"Se ele tinha essa informação e fez a negociação, esse tipo de negociação, por mais que possa parecer uma venda normal de ações ela se torna um crime", afirmou o procurador da República, José Maria Panoeiro.
Fonte: MSN
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