Brittany Maynard, uma americana de 27 anos que tinha câncerterminal, cumpriu a decisão de morrer voluntariamente, com base nas leis do estado do Oregon, o que provocou uma onda de debates sobre o direito à mortecom dignidade.
Brittany dominou as manchetes da imprensa em outubro, depois que anunciou sua intenção, em um vídeo que se tornou viral na internet.
"Adeus a todos os meus queridos amigos e parentes que amo. Hoje é o dia que escolhi partir com dignidade diante de minha doença terminal, este terrível câncer cerebral que tirou tanto de mim ... mas que poderia ter tomado muito mais", escreveu em uma mensagem divulgada nas redes sociais e que foi compartilhada por milhões de internautas.
"O mundo é um lugar bonito, viajar foi meu melhor professor, meus amigos próximos e meus pais são os maiores doadores. Tenho inclusive um círculo de apoio ao redor da minha cama enquanto escrevo ... Adeus mundo. Espalhem boa energia. Vale la pena!".
Sean Crowley, porta-voz do grupo 'Compassion & Choices', que luta pelo direito à morte com dignidade e que apoiou Maynard, informou que ela morreu no sábado, dia 1º de novembro.
"Brittany faleceu, mas seu amor pela vida e a natureza, sua paixão e seu espírito perduram", disse a presidente da organização, Barbara Coombs Lee.
"Em memória de Brittany, faça o que mais importa. E diga às pessoas importantes para você o quanto as ama. Vamos trabalhar para continuar com seu legado, oferecendo a todos os americanos a oportunidade de finalizar sua vida", completou.
Planejar uma morte digna
Brittany Maynard havia anunciado em um vídeo que terminaria com sua vida em 1º de novembro para não sofrer os danos de seu tumor cerebral.
Mas na terça-feira passada declarou: "Ainda não chegou o momento adequado para morrer".
"Ainda me sinto suficientemente bem e ainda tenho alegria suficiente, continuo rindo e sorrindo ao lado da minha família e amigos. Parece que ainda não chegou o momento adequado", afirmou em um segundo vídeo divulgado na semana passada.
Uma porta-voz de Maynard informou há algumas semanas que a jovem pretendia falecer com a ingestão de uma combinação letal de barbitúricos, por causa das constantes dores de cabeça e outros efeitos provocados pelo tumor.
Em janeiro, os médicos diagnosticaram a jovem com um glioblastoma, uma forma de câncer no cérebro, agressivo e incurável, e afirmaram que ela teria mais seis meses de vida.
No momento, Brittany e o marido, Daniel Diaz, que estavam recém-casados, tentavam ter um filho.
"Os pensamentos que você tem quando descobre que resta tão pouco tempo é que precisa dizer a todos que os ama", disse em outubro no vídeo em que anunciou ao mundo a doença e os planos.
O vídeo foi visto quase 10 milhões de vezes no YouTube.
Em junho, Brittany e o marido decidiram se mudar de Oakland (Califórnia) para Portland, no vizinho Oregon, um dos poucos estados americanos que autoriza a eutanásia.
Um médico poderia receitar os medicamentos necessários para a jovem encerrar sua vida, ao lado da família, na cama que dividia com o marido.
O caso chamou a atenção em todo o mundo e foi capa da revista People nos Estados Unidos na semana passada.
*Atualizada às 10h59 do dia 03/11/2014
Fonte: Exame
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