segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Gremista que ofendeu Aranha faz acordo e ação por injúria é suspensa

A torcedora do Grêmio Patrícia Moreira da Silva, 23, que chamou o goleiro Aranha, do Santos, de "macaco" em agosto deste ano, fez um acordo com a justiça gaúcha e teve a ação por injúria racial contra o jogador suspensa de forma condicional.

Nos dias de jogos do Grêmio, Patrícia terá de se apresentar numa delegacia a ser determinada 30 minutos antes da partida ter início e só poderá deixar o local 30 minutos após a conclusão da disputa.

A medida valerá até o final de agosto.

Além de Patrícia, outros três torcedores –Éder Braga, Rodrigo Rychter e Fernando Ascal, também denunciados por injúria racial– vão cumprir o acordo proposto pelo juiz Marco Aurélio Xavier, nesta segunda-feira (24).

O advogado de Patrícia, Alexandre Rossato, explicou à Folha que não é uma pena alternativa, mas sim uma suspensão condicional. Se os torcedores deixarem de cumprir, poderão ser processados por injúria racial.

O CASO

As ofensas ao goleiro Aranha ocorreram no dia 28 de agosto deste ano, no confronto entre Santos e Grêmio, na Arena do Grêmio, pela Copa do Brasil.

A partida já estava nos minutos finais quando Aranha relatou ao árbitro Wilton Pereira Sampaio que estava sofrendo insultos racistas. Vários torcedores xingavam o jogador e imitavam macacos.

As câmeras das ESPN, que fazia a transmissão do jogo, flagraram Patrícia chamando o santista de "macaco".

Após perder o emprego e pedir desculpas públicas para Aranha, Patrícia chegou a afirmar que gostaria de virar um símbolo na luta contra o racismo.

"Eu quero, não só dentro da Arena, mas em outros estádios, na vida social, ser um símbolo contra o racismo. Pretendo mudar essa imagem. Ser um exemplo que englobe todos os times, torcidas", disse ao jornal "Zero Hora".

O episódio ainda prejudicou o Grêmio, que foi excluído da Copa do Brasil em decisão inédita do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

Fonte: Folha de São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário