Enquanto algumas profissões já sentem o drama do desaquecimento da economia, em Goiás o contador está longe de passar por esse tipo de pressão. Pelo contrário, pode até tirar proveito da situação e fazer de um limão, uma limonada. Além de lidar com toda a burocracia tributária, o profissional está apto a planejar redução de custos e detectar áreas necessárias a aplicação de investimentos. Existem, no mínimo, 8 mil vagas reprimidas para este tipo de profissional no Estado, segundo dados do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de Goiás (Sescon-Goiás).
Cumprir as formalidades legais e apurar o recolhimento de tributos é apenas algumas das tarefas do contador. Com exigências mais rigorosas nas contratações e no cumprimento da jornada de trabalho, além da demanda por maior produtividade com menos recursos, o profissional é imprescindível para qualquer tipo de empresa, independente do porte. Por isso, o contador vem assumindo cargos mais elevados nas empresas. Atualmente, existem várias oportunidades de carreiras para o profissional de contabilidade (veja quadro).
Segundo o presidente do Sescon-Goiás, Francisco Lopes, nos últimos dez anos, a visão de um profissional meramente burocrata está mudando. O contador deve estar preparado para um mercado que sofre influências de uma economia exigente e globalizada. Por isso, deve estar em contínuo processo de reciclagem para saber lidar com a complexidade do ambiente de negócios. “É um profissional que precisa se atualizar mensalmente. Com as mudanças na legislação e a sofisticação dos sistemas, o profissional precisa saber também um pouco de Tecnologia da Informação (TI) se não quiser desaparecer do mercado”, diz.
HABILIDADES ESSENCIAIS
Por isso, acredita que a capacidade de continuar sempre estudando além de um forte censo de cidadania e ética são habilidades essenciais para uma pessoa que deseja seguir a carreira. “Embora haja uma reclamação de que a carga tributária no País é elevada, temos que andar rigorosamente dentro da legislação”, ensina Francisco que também é professor de Contabilidade Avançada na Faculdade Padrão.
O salário médio inicial do profissional, mesmo em empresas de contabilidade terceirizadas, é de R$ 2,5 mil. Contadores responsáveis por departamentos, cujo período de experiência é de cerca de cinco anos, podem ganhar até R$ 5 mil. “Hoje temos muitos concursos também para os profissionais da área. O salário inicial é acima de R$ 7 mil”, diz Francisco.
Um dos desafios do mercado, ressalta, é a falta de mão de obra. Existem cerca de 4 mil escritórios de contabilidade em Goiás. Para ele, 90% dessas empresas necessitam de pelo menos dois funcionários. “Hoje as pessoas que formam já saem empregadas e estagiários tem grandes chances de serem efetivados nas empresas por onde passam.”
Fonte: Karina Ribeiro, O Popular
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