quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Professor de Direito da USP elogia ditadura e ataca minorias; alunos protestam


Um texto com elogios à ditadura militar no Brasil foi distribuído em sala de aula na última segunda-feira, 25, pelo professor associado Eduardo Lobo Botelho Gualazzi, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em SP. O documento foi entregue na aula inaugural da disciplina "Direito Administrativo Interdisciplinar” e está gerando protestos entre os alunos. O Centro Acadêmico XI de Agosto divulgou no Facebook nota de repúdio às declarações do professor.
Na nota, os estudantes relatam o texto do professor "denomina pobres de 'eterna minoria do submundo que se recusou a trabalhar e produzir qualquer bem', chama a esquerda de 'minorias sociais de energúmenos' e defende que grupos LGBTs '(...) não são família, mas apenas aberração' e seriam 'tarados e taradas', também afirmando que a união entre pessoas deve consistir em 'homem/mulher de mesma etnia'".
Douglas Fernandes, integrante da atual gestão do centro acadêmico, diz que o texto foi recebido com surpresa e indignação.
"É inimaginável que um professor tenha isso como linha oficial dentro de sala em pleno 2019. Ainda mais em uma faculdade que tem histórico de luta pela democracia e contra o regime de 1964."
"Estamos avaliando as medidas administrativas cabíveis e planejando debates sobre esses temas com os alunos, desde a luta contra a ditadura até o discurso de ódio contra as minorias sociais", completa Fernandes.
Polêmica
Não é a primeira fez que o professor se envolve em polêmica na faculdade de Direito da USP. Em março de 2014, data que marcava os 50 anos da ditadura militar, o professor ministrou a aula "Continência a 1964", na qual fez um discurso a favor da ditadura. 
No texto de 2014, Gualazzi afirma que “humildemente apoiou, em silêncio firme, a Revolução de 1964, decisão íntima de que sempre me orgulhei”. Durante a leitura em sala, falou ainda que “os líderes civis e militares da revolução de 1964 sabiamente consolidaram, ao longo de 21 anos, infraestrutura e superestrutura que tornaram o Brasil imune a qualquer tentativa de subversão”. 
Na época, a fala do professor também gerou protestos por parte dos alunos, que fizeram um ato durante a aula. Assista a trecho do episódio:
No texto distribuído nesta semana, ele reafirma o que foi dito cinco anos atrás:  "mais uma vez, afirmo, reafirmo, e reitero o inteiro teor de minha aula Continência a 1964, de 31 de março de 2014". 
Fonte: Migalhas 




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