O dólar comercial fechou em alta de 0,84%, a R$ 2,166 na venda nesta segunda-feira (17), apesar de o Banco Central ter atuado no mercado, vendendo dólares no futuro. É a maior cotação desde o dia 30 de abril de 2009, quando o dólar valia R$ 2,182.
No fim da tarde, a moeda chegou a subir mais de 1%, batendo em R$ 2,17, o que levou o Banco Central a vender 39,1 mil contratos de dólares no mercado futuro, e aumentar a quantidade de moeda circulando no mercado.
Com a maior oferta, a tentativa era de fazer o preço cair. A operação movimentou US$ 1,957 bilhão.
Analistas dizem acreditar que os investidores estão testando a tolerância do Banco Central a um dólar mais valorizado. "Essa alta é realmente um braço de ferro entre o mercado e o Banco Central", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.
EUA preocupa investidores
Ao longo desta segunda, a moeda subiu, mas a alta foi limitada pelo sentimento de cautela antes da reunião do Federal Reserve, banco central nos Estados Unidos, que pode trazer sinais sobre o futuro do estímulo à economia do país.
"O que vai pegar é o Fed na quarta-feira, então o pessoal está em compasso de espera", resumiu o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.
Declarações recentes de autoridades do Fed, incluindo de seu presidente, Ben Bernanke, alimentaram expectativas de que a instituição comece a reduzir o seu programa de estímulo diante de sinais de recuperação econômica no país. Se isso ocorresse, haveria diminuição na oferta de dólares nos mercados.
As preocupações com o estímulo nos Estados Unidos e a insegurança dos investidores com a economia brasileira levaram a uma mudança de patamar no câmbio em maio. No início do mês, o dólar era cotado próximo de R$ 2,01, mas no fim do período já estava próximo de R$ 2,15.
Analistas acreditam que as medidas recentes do governo para facilitar a entrada de dólares no país--como zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em negociações no mercado futuro-- devem continuar tendo efeito limitado devido à tendência de alta do dólar no mundo e aos temores com a economia brasileira.
Relembre as intervenções do BC no câmbio
O governo e o Banco Central têm adotado uma política mais agressiva em relação à valorização do dólar. No dia 4 de junho, o governo zerou a alíquota de 6% sobre investimentos estrangeiros em renda fixa, tentando atrair capital externo para o país.
Na semana passada, foram feitos quatro leilões de venda de dólares, dois na segunda-feira e dois na terça. Quando o BC vende dólares, a intenção é que o excesso de oferta faça a cotação da moeda cair. Por outro lado, quando quer que ela suba, o BC compra dólares no mercado.
Apesar das medidas, na quarta-feira o dólar atingiu o nível de R$ 2,15 pela primeira vez em mais de quatro anos. Depois do fechamento do mercado, o BC anunciou, então, mais uma medida: zerou a alíquota de 1% do imposto sobre operações de venda de dólares no mercado futuro.
Fonte: UOL
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