Com a mudança, a figura do técnico em contabilidade deixará de existir
Fernando Guimarães
A partir de 2015, quem quiser atuar na área contábil terá de, obrigatoriamente,
cursar Ciências Contábeis em nível superior. A figura do técnico em
contabilidade deixará de existir. Hoje, 25 de abril, é o Dia do Contabilista e a
informação sobre a mudança do perfil desse profissional foi passada ontem pelo
delegado do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo, em Sorocaba,
Fernando Nunes de Lima. Ele, contudo, esclarece que quem já é formado pelo curso
técnico ou que esteja cursando, poderá, sem problema, retirar o registro nos
conselhos regionais: "Depois de 2015, somente terá o registro quem fizer a
faculdade", acentua.
Outra novidade na área é que os profissionais que forem atuar no mercado terão
de fazer um exame de suficiência com 50 questões alternativas para tirar o
registro, tendo de acertar pelo 50% da prova. Essas alterações, entre outras,
foram definidas em uma lei sancionada em 2010 que alterou parte do texto
definido na lei de 1946 que regulamenta a profissão.
Chamado de profissional da área contábil, não mais de contador ou contabilista,
segundo Fernando Lima, esse é um segmento que está em franco crescimento,
favorecendo ao profissional encontrar vagas em qualquer área do mercado de
trabalho. "Estamos vivendo um êxtase da área contábil, na qual o profissional
pode atuar como empresário, auditor, perícia, na parte pública, enfim, hoje o
mercado para o profissional contábil é uma das áreas que oferece um leque maior
de opções, sobressaindo-se a outras profissões", compara.
E falando-se em profissional contábil, Fernando Lima explica a diferença entre a
nomenclatura contador e contabilista. "Contabilista é a classe composta por
técnicos e bacharéis em Ciências Contábeis, ambos fazem parte dessa classe. E o
contador é o profissional da área, mas desde o ano passado não se fala mais em
contabilista ou contador e sim profissional contábil." E para quem não sabe,
existe também o Dia do Contador, comemorado em 22 de setembro.
Ano da Contabilidade
O ano de 2013 foi considerado pela classe como o Ano da Contabilidade, período
em que os conselhos regionais e as outras classes representativas do setor
massificarão a campanha de conscientização da sociedade com relação ao
posicionamento do profissional contábil.
Hoje, ele não é mais aquele que guarda livros, o perfil atual desse profissional
é de consultor, que registra documentos e participa das tomadas de decisões
dentro de uma organização, colaborando para a continuidade do negócio. "Esse
profissional é hoje mais que um escriturador, é um parceiro do negócio, e para
que a empresa possa se desenvolver precisa ter um bom profissional da área
contábil", destaca.
A presença de um contabilista no terceiro setor ainda é tímida, mas o
profissional já começa a encontrar espaço nesse segmento. Embora não vise
lucros, o terceiro setor precisa ter a sua contabilidade, já que, entre outros
documentos, tem de preparar relatórios para prestação de contas, por exemplo. Na
área pública, também há carência desse profissional, mas a situação vem-se
modificando e já é possível encontrar como requisito básico nos certames
públicos a formação em Ciências Contábeis.
Remuneração atrativa
Sorocaba e região contabilizam atualmente cerca de 3 mil profissionais
registrados. No Estado de São Paulo, há 140 mil profissionais, o que equivale a
30% do número de registros em todo o Brasil, em torno de 480 mil. De acordo com
Fernando Lima, o mercado para esse profissional ainda é amplo e o salário,
embora no começo não seja tão atraente, passa a ficar bom com o tempo de
experiência do profissional: "O salário inicial de um auxiliar gira em torno de
R$ 900, mas um gerente ou contador efetivo, por exemplo, pode chegar a R$ 15 mil
ou mais", diz. Ainda é um mercado com o maior número de homens registrados, mas
esse cenário também está modificando, de modo que os conselhos vêm registrando
mais mulheres.
Por fim, Fernando Lima parabeniza a categoria e destaca que o profissional
precisa estar sempre em uma formação continuada, atrelado à harmonização das
práticas contábeis. "Antes de 2010, a realidade era outra, hoje é diferente."
Segundo ele, o contabilista saiu daquela sombra da área fiscal, passando a ser
importante nas decisões financeiras e de negócios da empresa.
Autor:
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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