Dia 6/6, o escritório Perlman Vidigal Godoy Advogados promoveu primeiro café da manhã liderado por Ana Carolina de Salles Freire Gentil, sócia do escritório em Societário e Estruturação de Negócios, que abordou o papel da mulher em cargos de liderança, a importância da diversidade no ambiente corporativo, seus desafios e perspectivas. O "Café com Conteúdo PVG – Liderança Feminina e Diversidades em Ambientes Empresariais" contou com a participação de Silvia Fazio, sócia do Norton Rose Fulbright e fundadora da Women in Leadership in Latina America (WILL), e Ana Carolina Caputo Bastos, sócia do Caputo Bastos e Fruet Advogados e presidente da associação "Elas Pedem Vista".
Para Ana Carolina de Salles Freire Gentil, o encontro explorou temas fundamentais para propiciar um ambiente mais inclusivo e destacou exemplos de ações que favorecem a mulher na busca por cargos de liderança. "Tivemos a oportunidade de debater, em alto nível, questões como assédio, maternidade e acesso de nós, mulheres, a níveis mais altos na carreira. Acredito que nosso encontro conseguiu trazer luz a temas tão sensíveis e fundamentais como empatia e colaboração para que haja mais harmonia, diversidade e inclusão no ambiente profissional", explica Ana Carolina de Salles Freire Gentil, que ressaltou o apoio do marido nas tomadas de decisão que realizou ao longo da carreira.
Silvia Fazio, sócia do Norton Rose Fulbright, destacou as ações realizadas pela WILL para promover a igualdade de gênero e uma série de estudos que a instituição realiza periodicamente. "Desde 2014 realizamos pesquisas que indicam dados sobre a questão da liderança feminina em diversos setores, o que nos ajuda a trabalhar com empresas para guiá-las nos programas de liderança feminina", revelou a fundadora da WILL.
A série de dificuldades enfrentada durante sua trajetória profissional foi o impulso inicial para que Silvia Fazio criasse a instituição internacional que promove a importância das mulheres em cargos de liderança. "Tive que ultrapassar barreiras enormes, como estrangeira e mulher. Fui a primeira sócia brasileira de um escritório britânico, me obrigando a lidar com vieses de todos os tipos. Essas adversidades me deram força pessoal para querer que jovens advogadas e executivas não passassem pelo que passei", disse Silvia.
Ana Carolina Caputo Bastos, sócia do Caputo Bastos e Fruet Advogados, também destacou dificuldades e preconceitos que vivencia e vivenciou em sua carreira profissional como fatores que a levaram a criação da associação Elas Pedem Vista. "Comecei a viver experiências recorrentes que me chamavam atenção e isso me incomodava. A associação foi criada, há um ano e meio, justamente para fortalecemos e mostrarmos que as mulheres têm protagonismo e visibilidade", explicou Ana Carolina Caputo Bastos.
Liderança – Questionadas se as mulheres se sentem confortáveis em ocupar cargos de liderança, Silvia Fazio e Ana Carolina Caputo Bastos revelaram que o principal desafio é vencer as barreiras internas e destacaram a questão do networking como fundamental para a busca por cargo de liderança.
"Ainda não há essa cultura de realizar networking, apesar de notar iniciativas nesse sentido. É preciso acabar com o preconceito de forma a não intimidá-los e sim criar empatia", disse Silvia. Para ela, o diálogo amigável entre homem e mulher é fundamental para quebrar barreiras no mundo corporativo.
Já Ana Carolina Caputo Bastos destacou a questão da autoconfiança como fator fundamental para que mulheres se tornem líderes. "Nós nos autoboicotamos. Para mulher avançar na liderança é trabalhar a autoconfiança, além do boicote que realizamos entre nós. Temos que ter a consciência de delegar, trabalhar o que é prioridade".
A diversidade no ambiente corporativo também foi debatida durante o evento. Para Silvia Fazio, programas de liderança feminina e de diversidade precisam agregar todos os gêneros e raças. "Falamos tanto de diversidade e inclusão e às vezes não o fazemos por apenas criar grupos isolados nas empresas e escritórios. É fundamental criar programas de mentoria e comitês que incluem todos", ressaltou a fundadora do WILL.
Em relação ao assédio, as convidadas comentaram que ainda é algo recorrente, seja em tribunais, escritórios e empresas, mas que é fundamental a mulher se posicionar. "Sofremos a questão com certa frequência e, às vezes, eles não percebem. Trazer o homem para o debate é importante para que eles entendam as nossas experiências e se sensibilizem para que possamos avançar nessa questão de liderança", revelou a sócia do Caputo Bastos e Fruet Advogados.
"Às vezes sofremos (assédio) e não nos posicionamos, ficamos intimidadas e isso trabalha a carreira profissional. Passamos por pequenas atitudes que nos prejudicam e é preciso nos posicionar”, defendeu também Silvia.
Fonte: Migalhas
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