segunda-feira, 24 de junho de 2019

Dallagnol defendia que "jornalista que vaza não comete crime", diz site


Neste sábado, 22, o site The Intercept Brasil divulgou uma nova matéria sobre os vazamentos de mensagens que envolvem a operação Lava Jato. Desta vez, o site aponta que o coordenador da força-tarefa da operação, o procurador da República Deltan Dallagnol, defendia a divulgação de informações vazadas por jornalistas.
Segundo o Intercept, em diálogo ocorrido em novembro de 2015, num chat chamado de "PF-MPF Lava Jato 2", enquanto os procuradores discutiam medidas para coibir vazamento de informações, Dallagnol alertou seus colegas que utilizar o poder processual para investigar jornalistas que publicaram material vazado não seria apenas difícil, mas "praticamente impossível", porque "jornalista que vaza não comete crime".
No texto, o Intercept também cita decisão do STJ, segundo a qual "o jornalista que divulga trechos de investigação policial que corre em sigilo não comete nenhum crime".
O Intercept aponta que, em maio de 2018, Deltan e procuradores da força-tarefa redigiram e publicaram manifesto em defesa das virtudes da liberdade de expressão – elaborado para proteger um dos procuradores – e criaram um grupo no Telegram chamado Liberdade de expressão CF, para redigir um manifesto sobre o tema.
O site lembra ainda que, em 2016, ao defender a decisão do então juiz Federal Sergio Moro de tornar públicas gravações telefônicas do ex-presidente Lula, Dallagnol argumentou que "o direito à privacidade das autoridades não se sobrepõe ao interesse do público de saber o que aqueles que detém o poder fazem e dizem em situações privadas".
"Outros membros da força-tarefa, antes da publicação das reportagens pelo Intercept, compartilhavam do entusiasmo de Deltan pelo vazamento de documentos governamentais secretos que expõem o comportamento das autoridades. Os procuradores expressaram também sua admiração pelos whistleblowers, como Daniel Ellsberg e Edward Snowden, que tornam públicos documentos secretos comprovando irregularidades ou corrupção por parte das autoridades", diz a matéria.
Fonte: Migalhas 


Nenhum comentário:

Postar um comentário