O ex-presidente do Peru Alan García se matou na quarta-feira (17/4) depois de receber ordem de prisão em sua casa, no bairro Miraflores, em Lima. Ele era acusado de corrupção em caso envolvendo a empresa brasileira Odebrecht.
García foi colocado no meio das investigações após delação premiada do advogado brasileiro José Américo Spinola, que afirmou ter pago US$ 100 mil a ex-presidente peruano a pedido da Odebrecht. O político, por sua vez, afirmava que recebeu o dinheiro como pagamento de uma palestra feita na Fiesp, em São Paulo.
García deu um tiro na cabeça e foi levado ao hospital ainda com vida, mas sofreu três paradas cardíacas e morreu no fim da manhã.
Mãos limpas
Um suicídio marcou o ponto de virada na percepção pública da operação mãos limpas na Itália, caso que inspirou os métodos de ação de "lava jato". O deputado Sergio Moroni se matou em 1992 e enviou uma carta ao então presidente da Câmara dos Deputados, Giorgio Napolitano, afirmando que nunca se beneficiou do que era acusado.
Moroni disse esperar que o seu gesto pudesse impedir que outros passassem pelo “sofrimento moral” que o afetou, e que ajudasse a pôr fim “aos processos sumários.
Ao todo foram mais de dez suicídios de acusados na operação mãos limpas. A onda de pessoas tirando a vida fez a opinião pública passar a ver de forma negativa a onda persecutória que atravessou a Itália.
Caso do reitor
No Brasil, a moda do denuncismo também fez uma vítima nos anos recentes. Luiz Carlos Cancellier de Olivo, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, suicidou-se em outubro de 2017 após ser acusado de atrapalhar as investigações da Corregedoria da UFSC sobre suposto desvio de R$ 80 milhões que seriam usados em cursos de Educação a Distância (EaD) da universidade.
Por causa das suspeitas, ele e outras seis pessoas foram presas em setembro daquele ano. Sua prisão foi decretada pela juíza Janaina Cassol Machado, da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal em Florianópolis.
A investigação se notabilizou pelo excesso de insinuações e pela escassez de provas. A Polícia Federal disse inicialmente que apurava um desvio de R$ 80 milhões. Mais tarde, admitiu que este valor era o total de verbas que a universidade havia recebido em dez anos.
Fonte: Nação Jurídica
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