Idosa foi acusado por funcionário do Extra de roubar carne em Santos, SP (Foto: Reprodução)
A Justiça condenou o Grupo Pão de Açúcar a indenizar em R$ 18.740 uma idosa, de 66 anos, após um funcionário de um supermercado em Santos, no litoral de São Paulo, acusá-la de furtar carne do estabelecimento. A decisão, em primeira instância, ainda cabe recurso.
O caso ocorreu em outubro de 2016, no supermercado Extra localizado na Avenida Pedro Lessa, no bairro Aparecida. A idosa havia comprado uma peça de carne, entrou no veículo dela e foi embora. No caminho, ainda nas proximidades, uma equipe da Polícia Militar a abordou.
"Ela estava sem o cinto e achou que tinha sido parada por isso. Quando o policial se aproximou, ele disse que ela havia sido acusada por um funcionário de furtar um pedaço de carne do supermercado", explicou a advogada Claudine Tross Oliveira, que também é filha da idosa.
Ao voltar ao estabelecimento, acompanhada da polícia, ela apresentou a nota fiscal. O gerente do local já a conhecia e desfez a acusação. "A situação foi constrangedora, todo mundo olhando. Ela sempre foi àquele supermercado e era conhecida lá", disse a advogada.
"Eu mesma fui até lá e falei com o funcionário. Ele disse que recebeu a informação de uma situação suspeita. Não houve apuração do ocorrido. Nós fomos fazer um boletim de ocorrência em seguida, e depois eu entrei com a ação de indenização", complementou Claudine.
A ação de R$ 30 mil tramitou na 4ª Vara Cível de Santos. O juiz Frederico dos Santos Messias entendeu, na última semana, que houve dano moral sofrido pela idosa pela acusação de furto, mas quantificou a compensação ao equivalente a 20 salários mínimos.
"Ressalte-se que se trata de senhora idosa, o que tornou absolutamente desnecessário o acionamento da polícia. Em caso de suspeita, o cliente deve ser abordado sempre de forma discreta e respeitosa, a fim de se evitar humilhações desnecessárias", escreveu na sentença.
O Grupo Pão de Açúcar não informou se vai recorrer da decisão. Por meio de nota, a empresa esclareceu que não comenta casos que estão judicializados.
Fonte: g1 globo
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