sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Jovem estudante toca saxofone na rua e faz de palco um ponto de ônibus para pagar a faculdade




No centro nervoso da capital, o estudante David Wilkerson da Silva, de 18 anos, faz de palco um ponto de ônibus na avenida Tancredo Neves para pagar a faculdade. Em meio ao vaivém de ambulantes, pedestres e veículos, o habitual som ao redor foi interrompido pelo sopro do saxofone.

Demitido do primeiro emprego há cinco meses, David, que estuda o primeiro semestre de engenharia da computação como bolsista do ProUni, recorreu ao instrumento musical para complementar com R$ 516 o restante da mensalidade na faculdade, cujo valor integral é de R$ 1.080.

Sob os olhares curiosos de quem não está acostumado com a presença de artistas de rua, ao contrário do que ocorre nos grandes centros urbanos, aos poucos o estudante vai amealhando o valor para financiar os estudos em uma instituição privada de ensino.

"É curioso, porque a gente, que reside aqui de Salvador, não está habituado a conviver com pessoas se apresentando nos espaços públicos. O rapaz é, de fato, corajoso. Ele  está de parabéns", disse o administrador Gustavo Correia, de 44 anos, depois de depositar um valor no case utilizado para transportar o sax.

"Tenho uma faculdade para pagar. Então, estou me virando com o que sei fazer, que é tocar sax", contou o rapaz, que aprendeu a manusear o instrumento na filarmônica Terpsícore Popular de Maragojipe (localizada a 156 km de Salvador), cidade onde nasceu, no Recôncavo baiano.

Antes de ir para a avenida Tancredo Neves, David se apresentava em uma praça em frente à Estação Rodoviária, há cerca de dois meses. "Foi quando um ambulante me aconselhou a vir para este ponto, por causa do intenso movimento de pessoas", revelou.


Sucessos


O rapaz dedica uma média de quatro horas diárias ao trabalho extraoficial, no qual toca música erudita, além de sucessos nacionais e internacionais, como How Deep is Your Love (Bee Gees) e Still Love You (Scorpions). Depois, volta para casa para se debruçar sobre os livros.

Antes de ser demitido, conta, ele trabalhava com atendimento ao cliente em uma distribuidora de chaves e ferragens no Centro. Mas ressalta que, mesmo não tendo terminado o curso, já trabalhava com algumas linguagens de programação, como C++.

"Até entrar na faculdade, a computação era meu primeiro hobby. Por isso, sempre tive facilidade", revela o autodidata. "Em segundo lugar vem a paixão pela música. Aprendo ouvindo, mas também leio partituras", finaliza o jovem, cujo contato é 99214-4100.

Fonte: atarde.uol.com.br



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