sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Dívida de brasileiro dobra em 8 meses, mas poupança leva 14 anos para duplicar, veja os itens que mais subiram em 2012.


Texto atualizado às 10h44 (acrescentado cálculo sobre poupança antiga)

Se dever, o juro pega; se poupar, a inflação come
Quando o brasileiro fica devendo no cartão de crédito, ele pode ver a sua dívida dobrar em apenas oito meses. Já quando põe dinheiro na poupança, o tipo de aplicação mais popular, tem que esperar nada menos que 14 anos e um mês para ver o seu capital multiplicar por dois.
Mesmo depois de toda essa espera, o poupador não teria muito o que comemorar. Seu rendimento já teria sido superado, com folga, pelo aumento dos preços, que, pela taxa de inflação atual, duplicariam em menos tempo.
Considerando os juros praticados em dezembro, veja quanto tempo alguns tipos de dívida levariam para dobrar.
Tipos de dívidas
Juros (% ao ano)Juros (% ao mês)Quantos meses leva para dobrar
Cartão de crédito192,949,378
Cheque especial146,837,829
Empréstimo pessoal em financeiras124,216,9610
Comércio61,224,0617
Empréstimo pessoal em bancos41,422,9324
A linha referente ao comércio pode ser lida da seguinte forma: quando o consumidor parcela uma compra em 17 vezes, com os juros citados, ele paga o dobro pelo produto, em comparação com o preço à vista.
Poupança versus inflação
A poupança tem hoje uma rentabilidade de 5,075% ao ano (0,41% ao mês) e assim ficará enquanto o Banco Central mantiver a Selic, taxa básica de juros, nos atuais 7,25% ao ano. A instituição já disse que o juro básico continuará nesse patamar por um tempo “suficientemente prolongado”.
A taxa básica de juros em um nível baixo, quando em tempo de preços comportados, é claramente um dado favorável para a economia. No entanto, não se pode esquecer que a poupança hoje está rendendo menos que a inflação. No ano passado, o IPCA, índice oficial de preços, teve alta de 5,84%ritmo que, se fosse mantido, faria o custo de vida dobrar em 12 anos e quatro meses.
Segundo analistas consultados pelo Banco Central, esse cenário não deve mudar muito no curto prazo. A expectativa é de que a inflação atinja 5,67% em 2013 e 5,5% em 2014.
É verdade que a situação já foi pior para os devedores. Em janeiro de 2011, por exemplo, o juro no cartão de crédito estava em 238,3% ao ano, o que fazia uma dívida dobrar em sete meses. Mas as condições do poupador também já foram melhores. Naquele ano, a poupança rendeu 7,5%, com um ganho de 0,94% acima da inflação.
Em tempo: quem ainda tem aplicação na poupança feita na época da regra antiga (até 3 de maio) conseguiu um ganho acima da inflação. A rentabilidade, no ano passado, foi de 6,47%, o que dá uma alta real de 0,6%, segundo cálculos da consultoria Economatica. Nos últimos dez anos, diz a empresa, o melhor momento do poupador foi em 2006, quando o ganho real atingiu 5,1%.

Veja quais foram os produtos e serviços que mais subiram.

  • A inflação oficial de 2012, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), fechou o ano com alta de 5,84%. As despesas com empregados domésticos foram o ítem com maior impacto na alta de preços, e tiveram alta de 12,73%, mais que o dobro do índice geral
  • As despesas com refeições fora de casa subiram 8,59% em 2012, e foram o segundo ítem que mais contribui para a alta de preços registrada no ano passado. Em 2012, o IPCA fechou o ano com alta de 5,84%, acima do centro da meta de inflação do governo, de 4,5% ao ano
  • A inflação dos aluguéis residenciais fechou 2012 em 8,95%, índice acima da média geral da alta de preços no país, que ficou em 5,84%
  • O aumento nos planos de saúde foi outro ítem cuja alta de preços ajudou a elevar a inflação em 2012. O valor dos planos subiu em média 7,79%, no ano passado
  • A educação privada -- desde creches ao ensino superior -- registrou uma alta média nos preços de 8,35% em 2012. Neste grupo, a educação infantil teve a maior alta, com 11,12%
  • O preço do cigarro registrou uma inflação de 25,48% no ano passado. Em 2012, o indice oficial da inflação, o IPCA, fechou o ano em 5,84%
  • Os lanches fora de casa tiveram uma alta nos preços de 11,23% em 2012
  • O preço do arroz subiu em média 36,67% em 2012. O produto foi um dos ítens que ajudaram a elevar a inflação em 5,84% no acumulado do ano passado
  • O preço da mão-de-obra, para reformas e reparos domiciliares, teve uma alta de 11,57% em 2012 
  • As passagens aéreas tiveram uma alta de 26%, no ano passado. Em 2012, a inflação fechou o ano com alta de 5,84%

Fonte: UOL
Edição: Blog Perícia


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