Foi em um ensaio de rotina com sua então banda de pop reggae no Rio Grande do Sul, em 2004, que o designer de calçados Rodrigo de Castilhos, de 39 anos, teve a ideia de criação da Urbann Boards, marca de tênis exclusivos para bateristas que hoje são usados por músicos do Brasil e do mundo.
O empresário ficou intrigado ao ver o baterista da banda trocar de calçados antes de tocar, já que o colega disse que não existia um tênis específico para a função. “E se tivesse, você compraria?”, questionou Castilhos ao colega, que deu uma resposta positiva.
A produção começou em 2006 e, de lá para cá, Castilhos já vendeu a países como Inglaterra, Itália e Alemanha, além de negociações com países da América Latina, entre outros. Recentemente, um acordo foi fechado para a venda de 500 pares nos Estados Unidos. A expectativa é um crescimento de 600% nas vendas em 2011, com pedidos de 4 mil pares ao mês, sendo metade no mercado interno e a outra metade no exterior.
Dicas do especialista
Assim como ocorreu com Castilhos, especialistas afirmam que gostar do que faz e descobrir um diferencial são fatores essenciais na hora de selecionar uma ideia de negócio.
A produção começou em 2006 e, de lá para cá, Castilhos já vendeu a países como Inglaterra, Itália e Alemanha, além de negociações com países da América Latina, entre outros. Recentemente, um acordo foi fechado para a venda de 500 pares nos Estados Unidos. A expectativa é um crescimento de 600% nas vendas em 2011, com pedidos de 4 mil pares ao mês, sendo metade no mercado interno e a outra metade no exterior.
Dicas do especialista
Assim como ocorreu com Castilhos, especialistas afirmam que gostar do que faz e descobrir um diferencial são fatores essenciais na hora de selecionar uma ideia de negócio.
Para a escolha da ideia, quatro pontos são importantes, afirma Reinaldo Messias, consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP): se a ideia traz realização profissional, se traz inovação, se é viável financeiramente e se o projeto terá continuidade.
Como selecionar uma ideia
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Realização profissional
É preciso gostar do ramo de atividade. Conhecer ou ter experiência no setor é uma dica. Para aqueles que não conhecem, mas têm afinidade com a área, o indicado é fazer cursos para entender do assunto. O conhecimento será importante na hora de cobrar e resolver possíveis problemas | |
Inovação
É preciso analisar se alguém se interessará por essa ideia. Uma dica é pensar se a concorrência já não pensou na mesma coisa antes. Se sim, o ideal é avançar e oferecer uma novidade, um benefício, uma conveniência. Pense em necessidades e carências que nem o cliente sabia que tinha e ofereça a solução | |
Viabilidade
É indicada a elaboração de um plano de negócios inicial*, com estimativas de quanto a empresa irá vender, quando irá gastar e quanto ela trará de lucro, para saber se a ideia é viável . Deve-se calcular o investimento necessário e capital de giro inicial e, obviamente, ter essa quantia. Também é preciso pesquisar na legislação se nada impede a criação da empresa | |
Continuidade do projeto
A ideia precisa ter continuidade, ou seja, não pode ser uma necessidade instantânea que surge por conta de um evento específico, como, por exemplo, venda de produtos para a Copa. O ideal é ver se o projeto terá demanda ao longo de todo o ano | |
*para colocar em prática a ideia, será necessária a elaboração de um plano de negócios completo. Dicas de como fazer o plano poderão ser conferidas na segunda reportagem da série, na terça-feira |
“Uma ideia é aquilo que te realiza e desenvolve seu potencial”, afirma o consultor. Além de avaliar se gosta, o empreendedor precisa, ainda, pensar se alguém vai se interessar por aquilo que você pensou, explica.
Quando teve a ideia, Castilhos disse que faz ampla pesquisa com os bateristas para conhecer suas necessidades, o que levou dois anos. A pesquisa envolveu entrevistas com músicos e testes de pastilhas, moldes e tecidos. “Eu sempre procurava algo diferente para fazer, mas nunca achava nada”, conta.
O especialista do Sebrae afirma que achar esse diferencial, ou seja, inovar, é essencial para ter sucesso nos negócios. “É preciso avaliar essas ideias sobre a luz da viabilidade e das oportunidades, ou seja, é oportuno lançar?”, diz. Um exemplo, segundo Messias, é trazer alguma conveniência ao cliente, uma solução na medida certa.
Quando teve a ideia, Castilhos disse que faz ampla pesquisa com os bateristas para conhecer suas necessidades, o que levou dois anos. A pesquisa envolveu entrevistas com músicos e testes de pastilhas, moldes e tecidos. “Eu sempre procurava algo diferente para fazer, mas nunca achava nada”, conta.
O especialista do Sebrae afirma que achar esse diferencial, ou seja, inovar, é essencial para ter sucesso nos negócios. “É preciso avaliar essas ideias sobre a luz da viabilidade e das oportunidades, ou seja, é oportuno lançar?”, diz. Um exemplo, segundo Messias, é trazer alguma conveniência ao cliente, uma solução na medida certa.
Calçados ideais
No caso da Urbann Boards, Castilhos afirma acreditar ter chegado nos calçados ideais para os bateristas. De acordo com ele, nas entrevistas, descobriu que a necessidade era um calçado leve, que protegesse os pés dos músicos e, ao mesmo tempo, os auxiliassem nos movimentos.
Um dos investimentos pesados é com os chamados “endorses”, músicos que são pagos para usar os produtos. Castilhos conta que fechou contrato com bateristas renomados, o que tem impulsionado os pedidos, que hoje ocorrem 80% pela internet. Os demais modelos são vendidos em lojas de instrumentos musicais. O empresário afirma que não tem a intenção de fazer a venda em lojas de calçados convencionais, já que a ideia é que o baterista veja o tênis como mais um acessório de trabalho.
“Eu criei um produto que não existia. Eu precisei, através do marketing, criar um desejo para o produto e a cultura de comercialização disso está sendo feita”, afirma Castilhos.
No caso da Urbann Boards, Castilhos afirma acreditar ter chegado nos calçados ideais para os bateristas. De acordo com ele, nas entrevistas, descobriu que a necessidade era um calçado leve, que protegesse os pés dos músicos e, ao mesmo tempo, os auxiliassem nos movimentos.
Um dos investimentos pesados é com os chamados “endorses”, músicos que são pagos para usar os produtos. Castilhos conta que fechou contrato com bateristas renomados, o que tem impulsionado os pedidos, que hoje ocorrem 80% pela internet. Os demais modelos são vendidos em lojas de instrumentos musicais. O empresário afirma que não tem a intenção de fazer a venda em lojas de calçados convencionais, já que a ideia é que o baterista veja o tênis como mais um acessório de trabalho.
“Eu criei um produto que não existia. Eu precisei, através do marketing, criar um desejo para o produto e a cultura de comercialização disso está sendo feita”, afirma Castilhos.
O designer afirma desenvolver e criar todos os modelos. Atualmente, é ele quem compra os tecidos e materias para a fabricação dos pares, que são confeccionadas em fábricas a pedido de Castilhos.
Para o coordenador do núcleo de empreendedorismo do Senac São Paulo, Daniel Garcia Correa, a ideia, contudo, não surge de uma hora para outra. É preciso pesquisar e ter conhecimento de mercado. “Tem muita gente acha que vai dormir e acordar com uma ótima ideia (...). As ideias surgem com o que você conhece, com a área que atua, com alguma coisa que já estudou há algum tempo ou com a experiência pessoal”, afirma.
Correa diz, ainda, que também é muito importante ter percepção de uma carência no mercado, como fez Castilhos com os tênis para bateristas. No caso do empresário, por exemplo, ela já era designer de calçados quando teve a ideia.
“A ideia não aparece do nada. Não adianta fazer exercício de criatividade, eles são até gostosos para brincar com a cabeça, mas não é através disso que se enxerga uma oportunidade”, diz Correa.
Para o coordenador do núcleo de empreendedorismo do Senac São Paulo, Daniel Garcia Correa, a ideia, contudo, não surge de uma hora para outra. É preciso pesquisar e ter conhecimento de mercado. “Tem muita gente acha que vai dormir e acordar com uma ótima ideia (...). As ideias surgem com o que você conhece, com a área que atua, com alguma coisa que já estudou há algum tempo ou com a experiência pessoal”, afirma.
Correa diz, ainda, que também é muito importante ter percepção de uma carência no mercado, como fez Castilhos com os tênis para bateristas. No caso do empresário, por exemplo, ela já era designer de calçados quando teve a ideia.
“A ideia não aparece do nada. Não adianta fazer exercício de criatividade, eles são até gostosos para brincar com a cabeça, mas não é através disso que se enxerga uma oportunidade”, diz Correa.
Fonte: Portal G1 (clique a confira a matéria direto do portal)
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