sexta-feira, 27 de julho de 2012

Governo deve estender IPI menor de carros, mas quer contrapartida, diz fonte


O governo deve estender os benefícios fiscais para o setor automotivo por mais dois meses, mas vai ser mais duro com o setor. Segundo informou à agência de notícias "Reuters" uma fonte da equipe econômica que participa das negociações com as montadoras, o governo antes quer informações sobre os planos para criação de novos postos de trabalhos no setor.
"Queremos saber se há plano de contratação. Esse é o ponto", afirmou a fonte, acrescentando que a prorrogação do benefício serviria para manter o mercado de vendas de automóveis aquecido e garantir o fôlego ao crescimento econômico. Até então, o governo havia chegado a uma espécie de acordo com o setor para a manutenção das vagas já existentes, mas a ameaça da General Motors (GM) de fechar setor de fábrica em São José de Campos (SP) acendeu uma luz amarela na equipe econômica.
No final de maio, o governo decidiu reduzir a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para modelos de todas as categorias. O mais beneficiado foram os 1.0, que tiveram imposto reduzido para zero. O objetivo é tentar aquecer a economia como um todo, que patina afetada pela crise internacional.
No pacote, também foi firmado acordo com a montadoras par dar descontos nos preços do veículos, que variam de 1% a 2,5% dependendo da cilindrada. O benefício termina em 31 de agosto.
"Ainda não está claro qual é o plano da GM sobre essas demissões. Precisamos de mais informações", afirmou a fonte. A retirada no incentivo não interessaria a nenhuma das partes, conforme relato da fonte, porque há a concordância de que é preciso evitar a retração num setor importante para a atividade como um todo.
Outra fonte do governo lembrou, por outro lado, que o pedido de informação sobre aumento de postos de trabalho não significa, necessariamente, que a prorrogação do IPI menor só ocorrerá se houver a contratação de mais funcionários. O IPI reduzido garantiu crescimento das vendas no mercado doméstico.
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revisou a projeção para o ano, de uma queda de 0,4%, para uma alta de 3,5% na comparação com 2011.

Presidente pediu que setores beneficiados mantenham empregos

A própria presidente Dilma Rousseff cobrou nesta sexta-feira (27) os setores que recebem incentivos governamentais a garantirem a manutenção do emprego no país. "Todos os setores que receberem incentivos do governo têm que saber que nós fazemos isso por um único motivo no mundo: garantir o emprego e a renda do brasileiro", afirmou ela em entrevista à imprensa no hotel onde está hospedada em Londres, antes de participar da abertura dos Jogos Olímpicos.
Segundo um fonte do Palácio do Planalto, não há espírito de irritação com as montadoras, mas reconhece que o tom foi elevado junto ao setor já que existe o risco de a GM reduzir postos de trabalho. Essa informação, por outro lado, não interrompeu os estudos para a extensão do benefício ao setor, mas deixou os técnicos do governo em compasso de espera. A prorrogação por mais dois meses depende de decisão da presidente Dilma.
Na próxima semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reúne-se com representantes da Anfavea e a GM porque o governo quer esclarecer o problema na montadora para entender como ela não descumprirá o acordo para manter os empregos nas fábricas.
Todos as fontes descartaram a possibilidade de haver uma punição específica para a GM, já que seria legalmente inviável. A nova política automotiva, argumentou a fonte, vai ampliar a necessidade de mais trabalhadores. Prevista para entrar em vigor no ano que vem, ela estipula que as empresas terão de aumentar o conteúdo regional de peças, produzir carros mais eficientes com aumento de tecnologia e investir em pesquisa e desenvolvimento para ter acesso a benefícios fiscais.
O governo ainda deve publicar um decreto para estabelecer as metas e os detalhes da política automotiva. A Anfavea argumentou, por meio de sua assessoria de imprensa, que setor que está criando vagas formais de trabalho. De outubro de 2008 até junho deste ano, o setor criou 15,2 mil postos de trabalho, dos quais 1,9 mil vagas entre maio e junho.
FONTE : UOL

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